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sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Influência vazia

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Num mundo contemporâneo que está longe de ser o ideal, surgem novas actividades "profissionais" que deitam por terra grande parte das conquistas alcançadas pela civilização, década após década.
Fruto da simbiose entre duas variáveis latentes dos nossos dias: futilidade e redes sociais (+ elevada taxa de desemprego), surge-nos talvez a "profissão" mais recente da história da humanidade: Influencer.
Mesmo que sejamos bastante distraídos, com certeza que todos já ouvimos falar de influencers. São eles, na sua maioria jovens entre os 20-40, que fazem da sua "actividade profissional", a utilização das redes sociais para promover costumes e hábitos de consumo, sendo patrocinados pelas mais diversas marcas.
Estes jovens aparentam vidas de luxo, que vão desde as roupas às viagens. São seguidas por milhares de outras pessoas que estão sob a sua "influência" e que as alimentam, denominadas de followers.
Algumas delas auferem elevados montantes mensais, relacionados com esta actividade "profissional", outras nem por isso.
São pessoas, na sua maioria, com canudos académicos debaixo do braço sem saber o que lhes fazer.
O papel do Estado será também o de se indo adaptando às novas realidades criadas pelas novas sociedades. No entanto, no que diz respeito a esta recente espécie de profissão, existe ainda um vazio legal que a regule, o que resulta em ganhos limpos de impostos, tanto para patrocinadores, como para patrocinados.
Mas o que me traz por aqui, não tem que ver com o facto destes contribuírem para o crescimento do PIB nacional, ou não. Existe algum muito mais palpável do que tostões.
São estes pequenos tiques das sociedades actuais, que me deixam cada vez mais apreensivo em relação ao futuro, e que demonstram claramente a falência dos valores do Homem que por cá anda a pisar.
Se pensarmos que ainda não há muitas décadas atrás, os verdadeiros influencers, eram filósofos, escritores, astronautas, políticos, médicos, investigadores, juristas, economistas, sociólogos, cientistas, bem-feitores... Hoje, se perguntarmos a uma criança o que quer ser quando for grande (pergunta que já não se faz, mas devia), corremos o enorme risco deste dizer que quer ser blogger, instagrammer...poser. 
Estamos a emburrecer como os estadunidenses!
Quem for pai de hoje em diante, terá uma tarefa complicadíssima pela frente, pois os putos estão a escolher os heróis errados!
Tendemos ao retrocesso, e a jogar fora tudo aquilo que nos trouxe até aqui. Deixamos que o cérebro fique preguiçoso e não vá ao ginásio. Perdemos tempo com superficialidades, em vez de nos focarmos nos problemas de um planeta em contagem decrescente. Caminhamos para o abismo.
De qualquer forma, se não quiserem olhar em volta, focando apenas um qualquer ecrã, a vida é muito mais colorida. Principalmente, se for a dos outros, que brincam ao faz de conta enquanto alimentam o ego ao mundo.
A mim, resta-me achar-lhes graça!



quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Cinema sem tempo para pipocas

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Já andava arredado do grande ecrã há alguns anos. Tenho tentado perceber se o meu regresso está para breve, mas a oferta teima em apenas responsabilizar-se pelo entretenimento.
Assistir a um filme, para mim, é muito mais que isso. 
No final de contas o entretenimento ocupa talvez um dos lugares mais baixos da minha hierarquia. No topo, destacado, coloco a experiência e a emoção. O conhecimento e a evolução pessoal: A Mensagem!!
Pois bem, consegui reunir algumas horas nos últimos dias, precisamente para resgatar esses sentimentos, e decidi carregar no Play em dois títulos que me deixaram extasiado.
As expectativas eram elevadas, mas a primeira vez que vês um filme arrebatador, isso ficará para sempre registado nas nossas memórias, (quer queiras quer não queiras) e isso não é por acaso. Uns descartamos, outros guardamos pelo impacto que têm.

O primeiro foi-se deixando ultrapassar desde 2014, sem razão aparente. Fiquei feliz por me ter relembrado dele:

WHEELS

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Sinceramente nem tenho muito a acrescentar. Se não é o melhor, e um dos melhores filmes que vi em toda a minha vida. Fascinante!

Quando se têm pessoas que partilham exactamente dos mesmos gostos que tu, sentes que isso é amizade pura. Porque nunca falta assunto, e a solidariedade cultural é recíproca. Foi-me sugerido, e passados 20min já não pestanejava em frente ao ecrã:

Don't Worry He Won't Get Far on Foot

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Na verdade, esta sugestão fez-me recordar que existia o filme anteriormente enunciado, e que eu ainda não o tinha visto. Pelo simples por-maior de ambos assentarem a sua história em cadeiras de rodas.
Se não tivermos atentos ao que de melhor o mundo nos tem para dar, corremos o sério risco de comer o que ele tem para defecar. Pergunto-me se este filme não caberia num cartaz de cinema de centro comercial, no meio dos super-heróis...NÃO! E ainda bem!!

Como já perceberam, a primeira frase deste post continua a desenrolar-se no tempo...

   

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Temos muito que correr...


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Como se sabe, o exercício físico é uma moda bastante saudável, um pouco por todo o mundo. Um estilo de vida que absorve o dia-a-dia de milhões de pessoas. 
Inteligentemente, as grandes marcas juntam-se ao gosto do terráqueo para fazer crescer alguns milhares de moedas à suas cotações em bolsa, gerando assim uma opinião pública favorável à sua hegemonia e crescimento.
Hoje, cerca de 3% da população portuguesa faz exercício físico. Somos, no entanto, um dos países da UE com maior taxa de obesidade infantil...dados que não me espantam de todo, visto que o maior número de pessoas que conheço e que praticam algum desporto, descobriram-no aos 30 anos de idade.
Todos sabemos (mesmo que a maior parte de nós assobie para o lado) que o planeta entrou em declínio pela nossa falta de respeito. Não basta correr 50km por semana, e desfilar o sacrifício no rosto ao fim de semana, afirmando que se quer viver até aos 100 anos porque se corta nos açucares.
Posto isto, associada a esta ideia de saúde e bem-estar, várias marcas patrocinam a Meia Maratona de Lisboa, com uma campanha de marketing condizente com o grandioso fervor em torno do gosto pela corrida domingueira.
Inscrições esgotadas, estaminé montado um pouco por toda a capital e resquícios de furacão, eram as condições ideais para mais uma manhã que batia recordes pessoais a todos os níveis.
A organização foi bastante elogiada por membros do governo, antes do tiro inicial e depois do corte da fita na meta. A imagem de Lisboa foi mais uma vez bem vendida ao mundo.
Corria ainda o ano de 2017, e tive o prazer de apanhar similar evento, mas na capital da Dinamarca. Não notei diferenças algumas. 
Com uma simples excepção:  
Em Copenhaga, às 18h do mesmo dia da prova, não haviam vestígios do que ali se tinha desenrolado da parte da manhã. Em Lisboa, 48h depois do início da prova, foram "esquecidas" centenas e centenas de garrafas de plástico nas bermas do trajecto, que por "culpa" do Leslie ventoso e do domingo ser preguiçoso, plastificaram a zona mais Oriente de Lisboa. 
Pena o vento não estar a favor da Valor Sul...parecendo que não ajudava a atenuar a fraca figura que fazemos quando nos tentamos chegar à frente.
Temos muito que correr... 

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Carta aberta à consciência de cada um

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"Dos animais que desdenhamos como desalmados, na floresta, no campo e na cidade, o grito eleva-se nos atestados de desumanidade da humanidade." M. Frida Hartley


Esta é a premissa do que escrevo hoje, ainda de mãos transpiradas, aperto no peito e lágrimas nos olhos...
Demorei uma semana a ganhar coragem para ver Dominion. O novo documentário dos mesmos criadores de Earthlings, e novamente narrado por Joaquin Phoenix, e outras vozes conhecidas do grande ecrã.
Agora percebo que uma semana ou dezenas delas seriam exactamente a mesma coisa, porque não se tratava de coragem, mas sim de consciência.
Não me quero alongar muito sobre este controverso assunto, para o qual a maioria das almas ainda não está disponível para aceder. 
No entanto, ainda a quente, não poderia deixar passar esta minha necessidade de desabafo pseudo-anónimo.
Constato que a minha noção de que "o Homem é o bicho do Homem" se encontra totalmente desactualizada. O Homem, é sim, o bicho do Homem e de tudo o resto que o rodeia. Sem qualquer sentido de desrespeito ou crueldade, a humanidade vai continuando a cometer os mesmos erros do passado num ciclo vicioso.
Se não nos deixarmos cegar pela frieza dos números, ou pela escuridão da toca onde a avestruz esconde a cabeça, e inserirmos a forma como tratamos os animais, na hora de calcular a grandeza de cada país ou de cada civilização, lamento mas o resultado não está a nosso favor.
Todo o sofrimento que causamos a outros seres, ou mesmo aos nossos semelhantes, sempre esteve directamente ligado com um tal de complexo de superioridade que, se pensarmos bem, está implícito em todos os momentos do nosso dia-a-dia.
É normal causar sofrimento e matar outras espécies, porque somos superiores. Estamos no topo da cadeia alimentar. Somos os mais inteligentes. Porque é a selecção natural das coisas...
Tudo critérios que se contextualizam com milhares de anos atrás.
Vivemos em pleno século XXI e a civilização passa por uma crise de valores enorme. Receio que não haja volta a dar.
Enquanto não respeitarmos os seres que connosco coabitam aqui, jamais poderemos almejar um final mais feliz do que aquele que se vai traçando.

Este é um assunto que não vale a pena discutir com quem faz da ignorância o seu argumento. 
Quem não sabe é como quem não vê. E quem não quer ver é mais cego do que quem não vê.

Dominion, de todos os documentários e livros que li sobre o tema, é de longe o mais duro. Nem todos estarão preparados para conhecer a realidade tal qual ela é.
Cada consciência terá o seu peso próprio.

    

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Da descoberta do planeta F

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Data de um mês que por aqui estou.
A noção de tempo enrola-se com o despertar fora de horas, e o simples sentido de existência rompe com todas as pegadas que encontrei pelo caminho.
A contar pelo sentimento que brota do peito, porreiro seria estar mesmo a acontecer.
Cheiro é quem me conduz por um caminho de dedicação, atenção e tango dançado a três nos corredores da madrugada.
Dando tanto de mim, é fugaz a sombra que deixo para diante que mais parece ter sido noutra vida. De cor sei exactamente que a exactidão não é nada daquilo que pensava ser certo.
Leva-me esta intensidade de sons ao encontro de necessidades da senhorita de traços redondos. 
Começo por preparar-lhe tudo para que eu possa estar pronto.
Nunca saber o que queres ser quando fores grande, toca na vantagem de não estar preparado para nada, mas tendo a reposta na ponta dos dedos passados a colónia e afecto.
Nunca soube segurar ninguém pela mão e correr na direcção certa. Antes, é a cova do meu braço esquerdo que mais faz levitar os dois corpos que transpiram até caírem de cansaço.
Depois fica-se a jeito de chamar pelo nome as coisas que fogem do currículo. 
Sem saber, tudo passa a secundar à priori de ter com quem contar, pelas mãos para não errar a soma de três.
Tenho combinado contigo saltar a corda que nos prendeu, vou já. 

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Next Level: Happiness

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Já que estamos de passagem, vamos fazer valer a pena.
É de fácil compreensão que a vida é um gráfico com altos e baixos. Que passamos por diferentes fases, por uma constante aprendizagem (sim, porque ninguém nasce ensinado), mas tudo isto só fará sentido se significar evolução.
Os primeiros anos serão uma espécie de epopeia em busca do verdadeiro eu. Da forma como nos vemos ao espelho, como nos apresentamos ao mundo, de como aprendemos com os nossos semelhantes, e por fim, pela forma pela qual queremos ser lembrados. Vamo-nos preparando para isso, trilhando diferentes caminhos de sentido único. Por isso, uns chegam lá mais depressa que outros. Sem qualquer tipo de explicação.
Falando agora na primeira pessoa, sinto que já sei quem sou, mesmo sem saber ao certo o que vou ser, mas tenho uma ideia forte sobre isso. 
Sei de mim o suficiente para saber ao certo que estou pronto para iniciar o próximo nível.
Sabendo quanto baste de mim, mas não sabendo nada sobre a função que se avizinha, em breve começo mais um desafio. Este especial, porque é o DESAFIO.
Até agora fui querendo ser uma esponja que absorve tudo e um filtro que no fim apenas guarda o que interessa, e deita fora a demasia. No nível seguinte, exige-se transmissão de conhecimento e aprendizagem in locoExige-se amor no seu estado mais puro.
Sempre ouvi falar disso. Senti bastante desde o dia em que chorei pela primeira vez. Agora quero sentir aquela ligação que se ouve dizer que não tem explicação.
Um dia espero conseguir explicar o inexplicável.
Por aqui estamos todos prontos! 
O sentido da vida começa em 3,2,1...

   

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Competição inflamável

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A imagem acima podia ser de um filme, mas não.
No início da década de 60, no desencadear daquela que foi (até hoje) uma das maiores vergonhas da história da nação americana, vários monges budistas vietnamitas, pegavam fogo a si próprios em plena praça pública, em jeito de protesto, para com a competitividade religiosa levada a cabo pelo regime tirano do Vietname do Sul, que inicialmente fora fortemente apoiado por Kennedy.
Estas imagens tiveram um enorme impacto em mim. Não só pela sua agressividade, mas principalmente pela natureza e significado. 
Tudo isto nos remete para a competição entre semelhantes. O que me permite arriscar fazer uma analogia para com os nossos tempos.
Eu, cresci até à idade adulta, envolto num contexto de tremenda competitividade. O objectivo era ser melhor que todos os outros meninos, em tudo aquilo que fazia. Essa formatação levou-me a perder a noção de que era jovem.
Fui sendo refém de algo que gostava de fazer, mas que me punha à prova todos os dias: ser melhor do que quem está ao meu lado.
Ora, há um punhado de anos atrás, sacada a ferros, tomei a decisão de desistir de competir com os outros, para apenas me concentrar em competir comigo próprio. Hoje, à distância destes anos, consigo perceber que foi talvez a mudança mais importante da minha vida.
O meu objectivo diário deixou de ter que ser, o de ser melhor do que quem me rodeia, para ser melhor do que eu próprio fui ontem. E isso mudou toda a minha visão sobre a vida. Consigo finalmente viver totalmente alheado da vida dos outros.
Estes dias, tenho observado que o que move a pessoa para o seu sucesso é o descrédito por parte dos outros, a inveja, o escárnio e o mal dizer, a desconfiança...
Como exemplo disto, no fim de mais uma época desportiva, nas suas mais diversas modalidades, se tivermos atentos aos vários discursos dos vencedores, todos eles têm uma linha de pensamento em comum. Linha essa que se prende com a necessidade de evidenciar que o sucesso só foi alcançado porque alguém duvidou deles, que os desprezou, que tiveram que passar por muitas dificuldades para chegar até ali, que não foi fácil... Que no fundo, o comburente do sucesso foi o "contra tudo e contra todos".
A minha experiência leva-me a querer que competir é uma arte. Se não for levada como tal, cega-nos e retira-nos o verdadeiro foco da vida.
Não necessitamos de nos colocar na pele de mártires, para enaltecer os nossos feitos. Porque o contexto não é beligerante, e a competição não nos deve queimar a pele para que todos vejam...